Estamos no caminho da Argentina

 


Escrevi isso em setembro de 2022, preocupado como a nova geração iria votar, mas acrescentei algumas coisas:

Após 75 anos de Peronismo, 46% dos argentinos estão abaixo da linha da pobreza, 10% vivem nas ruas sem teto, o país está superendividado e as indústrias se desindustrializaram.

Encontramo-nos no mesmo caminho devido às escolhas políticas e econômicas que fizemos.

A maioria dos nossos economistas ignora os problemas abaixo e aposta no crescimento econômico como solução para todos os nossos problemas. 
Porém, não iremos crescer, pois nosso sistema previdenciário não acumula capital, mas sim gasta nossas contribuições imediatamente. Isso faz com que nunca tenhamos recursos de longo prazo para investir em crescimento.

Dependendo de quem elegermos em 2022, corremos o perigo de nos tornarmos uma Argentina em menos de 8 anos.
Vejamos alguns dados importantes:
1. Nossa dívida interna é de 85% do PIB.
2. Nossa dívida previdenciária é de no mínimo 40 trilhões, que é a dívida previdenciária futura não contabilizada.
3. Se nosso sistema previdenciário é do tipo que extrai dos pobres para dar aos idosos, os jovens permanecerão pobres, gerando uma perigosa tensão social, onde os idosos são mais poderosos.
4. Com o envelhecimento da população, o SUS não parará de encarecer, chegando ao colapso.
5. Novamente serão os jovens que deverão pagar essa conta.
6. Em vez de elegerem partidos a favor de uma reforma radical da previdência, a maioria está optando por uma vida simples, curtindo mais e trabalhando e pagando impostos menos.
7. Estima-se que nos próximos 8 anos, o governo terá que pagar 10 trilhões em precatórios que não imaginava pagar, o que será fatalmente um calote para as empresas já sem capital de giro.
8. Nossos ensino técnico e universitário não estão preparando jovens para trabalhar; pelo contrário, estão ensinando a ser contra tudo e todos.
9. Nosso ensino médio é um dos piores do mundo, 26% são analfabetos funcionais, contra 4% na Argentina.
10. Nosso QI médio é de 86, contra 96 da Argentina. Temos somente 20.000 pessoas com QI 150.
11. O Estado retira 50% da renda dos brasileiros, que faz falta no fim do dia, para devolver apenas 10%.
12. Nossa taxa de investimento é de 15%, mas 5% é para repor máquinas velhas. Não cresceremos.
13. Nossa democracia está se esfacelando com os três poderes brigando entre si.
14. Corremos o risco de fazer uma Nova Constituição pior que a atual.
15. Nenhum capital estrangeiro virá, as empresas alemãs e americanas já estão se retirando.
16. Nossa produtividade teria de crescer 66% para atender às necessidades dos idosos aposentados que não trabalham mais, mas nossa produtividade nunca foi uma preocupação.
17. Nossa liderança é uma gerontocracia que não larga o poder. Lula e Biden têm 40% de chance de falecer durante um possível segundo mandato, aos 80 anos.
18. Jamais conseguiremos reduzir gastos do governo devido à estabilidade de emprego do funcionalismo público.
19. O Congresso sempre chantageia o Executivo, que o usa para obter mais verbas.
20. Continuaremos sendo administrados pelos mesmos e velhos economistas de sempre, há 50 anos.
21. Jamais seremos auditados e a corrupção persistirá.
22. Nossa justiça seguirá lenta.
23. Ninguém, muito menos a geração do milênio, tem ideia da gravidade da situação.
24. Dependendo das eleições de 2022, um dos candidatos pretende taxar ainda mais a classe média, alegando que ela gasta demais.
25. Ninguém inteligente permanecerá no país, e a inflação retornará. ("Dívida se paga com impressão de moeda, ninguém quebra na sua própria moeda.”)
26. A classe média será a primeira a emigrar.
27. Os ricos, como Lemann, já se foram.
28. A distribuição de renda melhorará substancialmente, espalhando miséria como na Argentina e Venezuela.
29. Em vez de discutir os problemas mencionados acima, a nova geração debate questões como "direitos menstruais", concessão de mais terras aos indígenas, aumento salarial e restrição à liberdade de expressão.
30. Ninguém tem noção de quão quebrado o Brasil está, algo que venho dizendo desde 1983.
31. Nossas universidades disseminam gênero, luta de classes, desigualdade racial e não formam pensadores.
32. Continuaremos cada vez mais mal administrados, financeiramente mal informados, mal auditados, mal planejados e mal preparados para as crises que certamente ocorrerão.
A elite brasileira se reúne na Fiesp para discutir taxa de juros de curto prazo, câmbio e reforma tributária.
Vocês da nova geração acordem, não haverá mais clima para ficarem discutindo mudanças climáticas e preservação da fauna.
Acordem!
Nossos problemas são outros.

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