Já tive contato com muita gente que disputou na tapa a herança livresca de um ente que teve seus dias expirados neste mundo de lágrimas. Descontando os com interesses pecuniários, ainda sobrava muita gente interessada em manter ou até mesmo em dar continuidade na biblioteca. Mas essa "muita gente", dentro do universo das famílias herdeiras de bibliotecas pessoais, é ínfima. Falo de um povo bem instruído cheios de canudos superiores carimbados pelo MEC.
A história mais incrível que presenciei foi a de um sexagenário, que por pura pressão da nova mulher nova, foi coagido a se livrar de sua biblioteca. Nesse caso, o morto não estava nem morto. Lembro de passear os olhos nos volumes e juro que conseguia enxergar todo o trajeto de pesquisa e estudo, vi de relance as anotações feitas em cadernos ou em post it, tudo para não danificar as páginas. Na época, tentei várias vezes comprar uma parte daquele material, mas, apesar do preço vantajoso, faltava-me grana.
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