-- Filha, leste o romance que lhe dei?
-- Sim, papai. Achei-o amável.
O emprego da partícula “o” e da palavra “amável” fez suscitar no pai o entendimento que Clarissa não só tinha lido, mas também incorporado o que lera. Nesse momento, lembrou até de suas leituras de alquimia. As operações que podem se dar no cérebro humano são incríveis. Eduardo, então, admirado, perguntou:
-- Quer ler outro?
Ao que a menina respondeu:
-- Quero, papai.
Eduardo sabia então que estava diante de uma peça de ouro.
Rafael Vicari, 6 de fevereiro de 2024, Jarinu – SP.
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