Um banco no quintal, café e mil ideias prováveis e possíveis: Antônio Brito.


Sinto invariavelmente um prazer ao deslocar-me de minha residência, em um bairro próximo até à casa de um amigo que não aprendi a admirar, tenho apreço sem aula de terceiros (pausa para riso). Ou sou recebido no portão, ou escuto sua voz lá de dentro dizendo: Entra, professor! Abro a primeira passagem e dirijo-me à área ampla - uma rede, alguns objetos, um cãozinho recentemente adquirido, parentes bem-vivendo apesar da vida às vezes dar trabalho e um lugar para sentar, mesa e banco grandes, simples e por isso mesmo muito bom, não precisamos de rapapés para nossas conversas. Elas fluem bem e dispensam quaisquer cerimonialismos. Pessoas próximas só precisam dessas coisas. 

Ele é um desses tipos que surpreendem quando batemos papo, compreende rapidamente o assunto e já arremata em curtos pensamentos analíticos aquilo que foi proferido. 

Brito começou há alguns anos um projeto-piloto na Capital Nacional do Pau Brasil - organizar, alimentar e dar continuidade a um blog de notícias, confiável, capaz de ser lido de maneira que qualquer matiz ideológico-partidária e mesmo a pessoa sem pretensões o faça sem sustos, pegadinhas, insinuações, algo verdadeiramente difícil em uma época de "bloguismo sujo" e inutilidades gráfico-eletrônicas.

Uma olhada nas notícias nacionais, de Pernambuco têm vez no site e o que tornou o enorme número de acessos a tônica foi o dissertar sobre São Lourenço em suas questões e resoluções, das entrevistas ao entendimento capaz de síntese acertada.

Surpreende descobrir que um cobrador de coletivo possua tamanha competência, no entanto é mais surpreendente não acreditar que a capacidade tem a ver com vontade, não origem ou status.
Em nossas trocas de ideias naquele assento sou mais de ouvir, algumas vezes interrompo, rapidamente, porém na maioria delas espero o ponto final, pois há muito mais a apreender, ao menos para mim nessas capacidades que já apontei e que ele as possui sem vaidade, orgulho ou coisa que o valha. 

Entre uma xícara e outra falamos muito sobre política local, associações, estratégias, nossas esperanças e futuro da cidade. Ao despedir-me no final da tarde, vou fazendo parte do caminho a pé rememorando as palavras, querendo retê-las o maior tempo que posso, porque tesouros orais e escritos precisam de salvaguarda e extensão.

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