Sua residência era organizada no terraço e sala para atender os clientes e a cozinha estava lá disposta na confecção das refeições simples, justamente as que mais amávamos e eu, particularmente nunca gostei dos "rapapés" daqueles estabelecimentos cheios de "frufrus". Para mim aquele ambiente era o suficiente, na Quinze de Novembro, sentados de lado para a rua, por trás das grades do terraço e saboreando cuscuz com ovo frito, sardinha, café, suco, frutas e, claro, compartilhando pensamentos com o Cabral.
Homem perspicaz e inteligente, aproveitava nossa companhia para trocar ideias sobre política, gestão e mesmo a vida, no melhor estilo tempo bom e real. Beliscava uma bolacha, tomava um gole de café, olhávamos a televisão no noticiário e qualquer observação já era motivo para uma boa palestra.
Terminada a refeição (que demorava deliciosamente bem), saíamos nos despedindo, e o preço, ah! O preço! Barato igual a bolo de goma, nossa expressão local.
"Valiosa é a companhia de vocês", frase dele.
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