Por: Felipe Moura Brasil
O republicano Mike Pence, vice de Donald Trump, venceu o debate da noite de terça-feira (íntegra AQUI) contra o democrata Tim Kaine, vice de Hillary Clinton, até mesmo segundo a própria pesquisa da CNN, realizada, como de costume, com base em uma amostra de maioria de eleitores do Partido Democrata.
Não é à toa, no entanto, que a CNN é conhecida nos EUA como “Clinton News Network”.
Para reduzir os danos à candidatura de Hillary, a emissora acrescentou “narrowly” (“por pouco”) à vitória do vice de Trump… por 6 pontos!
Repito: seis pontos de diferença em uma pesquisa com maioria de eleitores de Hillary.
É o cúmulo da sem-vergonhice.
Nunca vi a CNN acrescentar “por pouco” quando Hillary aparece 6 pontos à frente de Trump em pesquisa – nem mesmo quando aparece 5 à frente, como se via nesta imagem de julho, por exemplo:
O placar de 48% a 42% do debate entre vices obviamente não durou na transmissão mais que alguns segundos, enquanto a legenda, sim, tratou de amenizar longamente o vexame de Kaine, que, parecendo uma criança mimada diante de um adulto, interrompeu 26 vezes o conservador (este, sim, de fato) Pence.
A edição cômica de vídeo divulgada pelo Comitê Nacional Republicano e reproduzida abaixo mostra e conta cada uma das 26.
No conjunto, Pence ganhou a noite porque o debate se concentrou nos temas relevantes ao país e ele, diferentemente de Trump, é um conservador capaz de articular o conservadorismo de modo espirituoso e sereno como tem de ser feito, ao passo que Kaine articula o esquerdismo da melhor maneira que pode para alguém que só vai até a metade do caminho.
Como comentei em 27 de julho, por exemplo:
Destaco ainda, no ponto marcado do vídeo abaixo, um trecho emblemático de Pence contra Kaine no debate:
“Você está concorrendo com Hillary Clinton, que quer aumentar impostos em 1 trilhão de dólares e aumentar os gastos em 2 trilhões de dólares, e você diz que vai manter as promessas de seguridade social. Donald Trump e eu vamos cortar impostos, vamos reformar programas governamentais, para que possamos então cumprir as obrigações com seguridade social e assistência médica.”
A fala contra a política esquerdista universal de elevação tributária e aumento do tamanho do Estado é análoga à do prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), que venceu nas urnas justamente por ser um raríssimo exemplo de tucano contundente, incisivo e articulado:
“Quem gosta de aumentar imposto é o PT. Nós não gostamos e não acreditamos que seja a melhor prática. A melhor é a boa gestão.”
(A propósito: este é o mesmo Doria capaz de rebater e descrever Lula sem meias palavras, como se vê nos vídeos abaixo:)
Apesar disso, a Folha publicou na terça-feira (4) uma matéria com o título:
“João Doria já exaltou Donald Trump, mas diz que apoiaria Hillary”.
Em resumo: Doria comandou a versão brasileira do reality show de Trump, “O aprendiz”, quando descreveu o magnata como “um homem rico, famoso, poderoso e muito, muito invejado”, mas agora que a imprensa brasileira o demoniza, Doria prefere se curvar talvez para evitar a polêmica:
“Se eu morasse na América, votaria na Hillary”, disse ele.
Este é o lado mais tradicionalmente tucano de Doria. Este, eu deixo para os jornais.
* Relembre também aqui no blog:
– Vídeo legendado em português do 1º debate entre Donald Trump e Hillary Clinton
– Hillary e moderador fazem dobradinha contra Trump em debate marcado por banalidades
– Pesquisas e escândalos – O que a imprensa omite de você
– Como a esquerda mente sobre o sistema criminal
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Felipe Moura Brasil
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