Irmão do petista José Genoino, Guimarães usou dinheiro de propina recebido de um delator da Lava-Jato para pagar advogados e uma empresa
A Polícia Federal nesta quarta-feira as investigações contra o deputado federal José Guimarães (PT-CE) e indiciou o parlamentar pelos crimes de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro. Conforme revelou VEJA, o delator da Operação Lava-Jato Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, contou aos procuradores do Ministério Público que o deputado José Guimarães havia usado sua influência política junto ao Banco do Nordeste para destravar um negócio milionário: a concessão de financiamento de 260 milhões de reais pela instituição a subsidiárias de uma empresa responsável pela construção de usinas eólicas na Bahia. Em troca, Guimarães recebeu cerca de 97.000 reais de propina em dois cheques.
Chambinho apresentou às autoridades cópia dos cheques dados ao político. No canhoto do talão, ele registrou a natureza do gasto: “despesas gerais JG”, de José Guimarães. Embora o dinheiro tenha sido enviado ao parlamentar depois de favores escusos, o deputado petista preferiu não embolsar a propina e utilizou o dinheiro para pagar os honorários de seus advogados. Sem saber da origem dos recursos, o escritório Bottini & Tamasauskas Advogados confirmou a VEJA o recebimento do dinheiro, informou que declarou a operação e já prestou todas as informações à Justiça. O outro cheque, de 67.761 reais, era a uma empresa forneceu matéria-prima para uma gráfica contratada pelo político.
No auge do esquema do mensalão, José Guimarães teve um assessor preso com dólares escondidos na cueca. Era a defesa dos advogados desse caso que Guimarães pagou com o cheque da propina. Nas investigações, a Polícia Federal concluiu haver indícios suficientes também para indiciar o ex-presidente do Banco do Nordeste do Brasil.
Laryssa Borges
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