Jornalismo que mente e desinforma:

Segundo o jornal O Globo, Adolf Hitler tentou ingressar em um partido de extrema-direita antes de se filiar ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Vocês têm algum palpite sobre qual foi esse partido de "extrema-direita" ao qual ele tentou se filiar? A resposta certa é "Deutschsozialistische Partei", o Partido Socialista Alemão (DSP).

Perfeitamente inserido na tradição socialista, o DSP é tratado por alguns picaretas como um partido de "extrema-direita" apenas por ter dado abrigo a elementos anti-semitas, como se o "anti-semitismo" fosse uma característica essencial da direita; como se o anti-semitismo não fosse um elemento central de regimes socialistas como a União Soviética durante os governos de Stálin e de Brezhnev; como se ainda hoje a esquerda não flertasse com o anti-semitismo de sempre, disfarçando-o com uma roupagem de "anti-sionismo".

Sempre que alguém repete, consciente ou inconscientemente, a artimanha de vincular a direita a coisas objetivamente ruins e/ou más, como o anti-semitismo, mesmo quando estas coisas são praticadas pela esquerda e em nome de valores esquerdistas, a mensagem de fundo que é transmitida ao público em geral é a de que a esquerda detém o monopólio das virtudes, sendo incapaz de fazer qualquer coisa má ou ruim. Portanto, deixar essa artimanha sem resposta é contribuir para a consolidação da crença popular em mentiras históricas hediondas que servem, diretamente, aos desígnios da esquerda.

O Partido Socialista Alemão não era de "extrema-direita". O Partido Socialista Alemão, desculpem-me por dizer o óbvio, era um partido de extrema-esquerda; e, assim como tantos outros partidos de extrema-esquerda, era anti-semita e tinha tendências totalitárias, inserindo-se perfeitamente na tradição de Hitler e de outros líderes que promoveram genocídios e democídios em nome de um socialismo de caráter nacional ou internacional, como Lenin, Stálin, Mao, Pol Pot, Ho Chi Minh, Fidel Castro e tantos outros.

Por Filipe G. Martins