Dia desses perguntei ao meu filho de 5 anos qual era seu super-herói predileto. A conversa transcorreu mais ou menos assim:
Eu: Qual seu super-herói favorito?
Filho: Power Rangers!
Eu: Certo, mas qual deles?
Filho: Todos.
Eu: Filho, qual Power Ranger você gosta mais?
Filho: Gosto de todos os Power Rangers!
Eu: Mas Filho, fala pro papai. Se tivesse que escolher só um Power Ranger, qual você escolheria?
Filho: Todos, pai!
Foram necessárias diversas tentativas para que obtivesse uma resposta. O mesmo ocorreu quando perguntei sobre outros grupos de heróis, como os Vingadores e as Tartarugas Ninja, entre outros. Essa experiência não pode ser usada para estabelecer um padrão universal de todas crianças, mas certamente me chamou a atenção.
Eu cresci com referencias de heróis individuais, todos singularmente responsáveis pelos seus próprios sucessos, e também por seus fracassos. Apesar das particularidades de cada um, todos lutavam sozinhos intensamente contra grandes desafios. E graças à persistência, fé e confiança em seus poderes, sempre venciam. Não vejo mais esse tipo de herói, o solitário, sendo usado como referencia. Muito pelo contrário. O personagem solitário é na maioria das vezes o inimigo malvado.
Os conceitos de "trabalho em grupo" e "time vencedor", valorizados na sociedade atual, podem acabar virando uma faca de dois gumes. Se por um lado ensina sociabilidade, por outro pode gerar insegurança na tomada de iniciativa e na ação por conta própria. No Brasil de hoje percebo que é essa característica que acaba predominando.
Funcionários que se enquadram no perfil de “time”, e que sabem “trabalhar em grupo”, são essenciais tanto para grandes empresas quanto para governos. Já tive que ocupar esse perfil durante minha experiência profissional. Também estive do outro lado, e já contratei colegas que tinham esse mesmo perfil corporativo polido para as empresas das quais participei.
Mas meus heróis de infância nunca me deixaram admirar o "executivo burocrata" no qual me tornara. Se enquadrar na empresa como parte da mobília nunca me pareceu ser um avanço. Sempre admirei o herói destemido, pronto para a próxima aventura. Por isso nos dias de hoje admiro o empreendedor.
Acho que o Brasil de hoje precisa é de empreendedores. Precisa de gente que sabe fazer e acontecer sozinhos. Independentes. O Brasil precisa de jovens que mesmo sem grupo, sem time, remando contra a maré e numa tempestade furiosa conseguem fazer e acontecer. Sem limites. O Brasil precisa de mães e pais que valorizem seus filhos pelo líder e herói que eles possam vir a se tornar. Esse individualismo é que dá a força que precisamos.
Vou introduzir meu filho aos meus heróis de infância.
Luiz Philippe de Orleans e Bragança
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