Uma das reportagens mais abjetas e bizarras que tivemos a oportunidade de ler nos mostrou que a imprensa brasileira escolheu seu lado e por ele morrerá.
Não basta escalar professores engajados na causa marxista, ‘especialistas’ dos departamentos das faculdades de ciências humanas, ongueiros, artistas, sociólogos, cientistas políticos, toda a nata do suprassumo do conhecimento terrestre no combate ao crime. Aquela nata que reverbera teses revolucionárias e que bandidos são pobres vítimas produzidas pelo nefasto sistema opressor. Agora, a nossa gloriosa imprensa convida bandidos para que façam um diagnóstico acurado sobre o tema, travestido com um proselitismo, digamos, mais "humano e próximo da nossa cruel realidade social”. Pois o crime deve (e pode), segundo nossos iluminados especialistas de araque, ser combatido apenas com ideologias utópicas, estas, claro, orientadas por velhas cartilhas que exalam o odor de 100 milhões de cadáveres.
Mas como nada é por acaso... No momento em que o país se vê tomado pela criminalidade e pelos seus mais apaixonados defensores, resolveram inovar. Neste sentido, o jornal El Pais, conhecido por sua linha editorial sintonizada ao degenerado progressismo - aquele que consegue glamorizar bandidos e tornar suas vítimas desimportantes seres invisíveis - trouxe uma infeliz entrevista com um dos maiores traficantes que o Rio de Janeiro já produziu: Antônio Bonfim Lopes, 41 anos, traficante com vasta experiência e dedicação ao crime organizado. Homem condenado a 96 anos de prisão pelos mais variados delitos e não somente tráfico, preso na penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, vulgo "Nem da Rocinha".
O que lá se viu, foram informações superficiais sobre o que o facínora aprontara em sua longa vida de bandido frio e sanguinário. Optaram apenas pela divulgação do lado humano de um homem que “trabalhou para o tráfico do bem”. Em tom saudosista, a mensagem subliminar ficou clara: Nem da Rocinha deve ser ouvido como uma autoridade em segurança pública. Uma espécie de criminologista do avesso. Como quase tudo, em um país que despreza valores ético-morais e o conhecimento técnico.
Chegam ao desplante de induzir o leitor, do lixo em forma de informação, que ali estava um especialista a ser levado a sério: o bondoso criminoso Nem. Este, por sua vez, expert em teorias revolucionárias do lumpemproletariado, repete a cantilena marxista de que no combate ao crime “polícia, intervenção federal do Exército, penas pesadas e cadeia, não são -definitivamente - a solução”. Não perdem a chance de empurrar para a conta da polícia o fomento do crime organizado e que a saída para todos os males relacionados ao glamouroso mundo do tráfico, claro, é a legalização das drogas - sonho de consumo de dez em cada dez esquerdistas nacionais.
De uma forma quase poética, o bandido carioca enaltece seu pregresso altruísmo na favela, contando que em seu tempo na ativa, as coisas eram boas, diferentes. Que ele, o Santo Nem, era o benfeitor do pedaço. Aquele que não permitia abusos em seu território e que controlava seus “funcionários”. Nem prossegue em sua narrativa - que mais parece ser tirada de um panfleto do Psol, PC do B ou PT - onde mostra que bandido bom, em tempos áureos do progressismo nacional - é bandido politizado, bandido consciente e cidadão. E que muito poderá contribuir para o avanço social.
O traficante defende a mesmíssima ladainha dos nossos camaradas vermelhos, os representantes do “mundo melhor”. Que “pobres, negros e favelados” são usados pelo sistema, ou seja, somente pobres vítimas. Nem da Rocinha questiona com certa propriedade de bandido experimentado, que seus colegas da alta estirpe e da política sempre saem impunes da trama - o que sabemos ser verdade - mas usa este fato para mais uma vez, vitimizar-se. Tudo para que o mundo do crime seja visto com os óculos de um mundo cor-de-rosa.
Transformaram Antônio Bonfim Lopes no bandido “pai-herói”! O homem pobre que, por não poder assistir inerte ao desenvolvimento de uma enfermidade em sua filha, foi obrigado a migrar para o crime; unicamente por ser mais uma vítima do nefasto sistema capitalista opressor (que o Brasil nem tem). Essa fora a única forma encontrada para salvar uma indefesa criancinha. Que ele, inclusive, tentara deixar o nobre ofício exercido, mas que a malvada polícia, dirigida pelo famigerado sistema, não deixou, passando a exigir dele a volta ao crime.
Nem não poderia deixar de repetir o básico contemporâneo: o Brasil foi vítima de um revés político, nele o golpista Temer tomou inescrupulosamente o poder, fazendo a vontade da elite perversa, sem coração (aquela que não suporta ver pobres em aeroportos ou que a empregada doméstica use o mesmo perfume da patroa). E como precisavam de uma opinião de peso, vaticinou o delinquente quanto ao vindouro pleito presidencial: “Eu não acho que o brasileiro vai fazer igual o pessoal fez nos Estados Unidos, e eleger um cara como o Trump” - Bolsonaro não será eleito, segundo o mais novo conselheiro da imprensa nacional para assuntos revolucionários.
O pior é ter a certeza de que sua voz de 'anjo rebelde' ecoará nos ambientes descolados, nos templos pseudo-científicos. Nesse momento, provavelmente, muitos aplaudiram tamanha sapiência e certamente disseram: “mais uma vítima da sociedade, ele não tem culpa de nada”.
Assim, caminhamos a passos largos para galgarmos mais um importante degrau na inversão completa de valores e aprofundamento no caos. Com a palavra, ele, a autoridade máxima, no Brasil, sobre o crime: o senhor criminoso.
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