Reclamar de millennials é o passatempo favorito da América. Como millennial, eu mesmo participo desse hobby. Há muito do que se reclamar a respeito. Minha geração frequentemente tende a ser cheia de direitos, egoísta, fraca, e todas as outras descrições com as quais nós todos já estamos familiarizados.
Mas parece que dificilmente alguém pergunta como nós acabamos dessa maneira. Nossa sociedade está bastante satisfeita em ignorar essa questão por completo. Nós assumimos que o millennial é algum tipo de besta mística que caiu do céu de calça jeans skinny. Ou talvez ele seja como um Orc de “Senhor dos Anéis”, extraído das entranhas da Terra e solto em nossa civilização para nos ensinar sobre diversidade.
Ele não é uma coisa nem outra. Ele nasceu como todos os seres humanos e foi criado — embora talvez “criado” seja um pouco de exagero. Ele foi, ao invés disso, sustentado com comida, brinquedos e televisão, e então mandado para o mundo sem nenhuma formação moral ou espiritual. Ele é um tipo de pessoa egoísta e mimada que foi condicionada para ser aquele tipo de pessoa. E quem o condicionou?
A maioria dos millennials tem pais pertencentes à geração “Baby boomer”. Os Baby Boomers são a geração que herdou um país próspero e deixaram para trás um país falido e afogado em dívidas. Eles herdaram famílias nucleares fortes e deixaram para trás uma longa e triste e trilha de divórcios e lares despedaçados. Eles herdaram igrejas relativamente fortes e deixaram para trás igrejas decadentes e vazias. Eles dizimaram nossas instituições políticas e sociais, e agora, em seu ato final, tentarão pôr a culpa na geração que eles fracassaram em criar.
Eu falo aqui de forma generalista. Mas são generalizações acuradas e, de toda forma, os millennials são vítimas de generalizações o tempo todo, então talvez seja hora de outras gerações provarem uma dose desse remédio. Eu acho que é importante falar sobre os fracassos cataclísmicos da geração Boomer, e responsabilizá-los por instilarem nos millennials todo traço negativo de que eles hoje tanto reclamam, por duas razões:
1) Não é justo ou honesto dar aos seus filhos uma cultura destruída e um país quebrado e imediatamente depois culpá-los por isso. Parece que os boomers têm um problema com auto responsabilidade. Seus filhos têm o mesmo problema. Então, a prestação de contas tem de começar alguma hora. De preferência enquanto eles ainda estão conosco.
2) Se nós formos quebrar esse ciclo um dia e realmente combatermos as doenças do materialismo e do egoísmo, então nós temos de investigar as origens do problema. É claro que os boomers não criaram mais egoísmo que os millenials, mas eles certamente criaram uma cultura que encoraja e gera egoísmo. Eles criaram esta cultura ao priorizarem riqueza material e conforto pessoal acima de tudo. Eles confiaram nas escolas e em Hollywood para tomarem conta de seus filhos, enquanto eles acumulam o tipo de segurança financeira que seus filhos nunca conhecerão.
Se uma criança for criada para se tornar altruísta, ela deve aprender a ser parte de algo maior do que ela própria, algo que requeira esforço, abnegação e um amor ativo e sacrificial. Uma família nuclear forte é algo assim. A Igreja também. Mas os boomers, que mandaram a taxa de divórcios para a estratosfera, falharam amplamente em dar aos seus filhos a fundação necessária de uma família nuclear. E eles certamente não envolveram seus filhos na Igreja. Entretenimento e posses materiais serviram como substitutos para ambos. Mas entretenimento e posses materiais são por definição egoístas. Eles não ajudarão a criança a sair de dentro de si mesma. Eles apenas a enviam mais fundo no abismo de seu próprio ego.
Foi basicamente assim que nós acabamos onde estamos hoje. O ciclo continua. E continuará sempre, a não ser que comecemos a tratá-lo honestamente.
[*] Matt Walsh. “Millennials Are Selfish And Entitled Because They Were Raised By Selfish, Entitled Parents”. Daily Wire, 6 de Junho de 2018.
Tradução: dvgurjao
Via Tradutores de Direita
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