Economia internacional e o Brasil:

Filipe G. Martins
Vivemos um contexto de preocupações com o desempenho da economia internacional. Hoje, no mundo todo, discute-se os riscos do que se convencionou chamar de " estagnação secular", a normalização da desaceleração do crescimento da economia global.

Além da desaceleração no crescimento do PIB global, riscos negativos se materializaram em 2018 e as tendências do comércio internacional e dos investimentos externos diretos têm desapontado, o que impacta as economias desenvolvidas tanto quanto as economias emergentes.

Soma-se às dificuldades e às incertezas o fato de inúmeras economias emergentes estarem enfrentando situações domésticas de instabilidade e de adoção de políticas econômicas equivocadas, que ampliam a intervenção estatal, sufocam a iniciativa privada e afastam investimentos.

Nesse cenário de incertezas, o Brasil poderá ser uma fonte de otimismo e de "surpresas positivas" para a economia internacional em 2019 e na próxima década, convertendo-se em um atraente centro gravitacional para os investimentos do mundo todo.

Para que isso se concretize, é necessário levar adiante a agenda de reformas econômicas que têm por finalidade equilibrar nossas contas, melhorar nosso ambiente de negócios e aumentar a competitividade e a produtividade dos agentes econômicos que operam em nosso país.

O Presidente Bolsonaro já deu claros sinais de que deseja mudar a estrutura de incentivos da economia brasileira e premiar o empreendedorismo e a inovação, por meio da redução do papel do Estado na economia e do aumento da concorrência, estimulada pela abertura comercial.

Entre as prioridades da agenda de reformas, encontram-se medidas para garantir a sustentabilidade das contas públicas, em especial a criação de um novo sistema previdenciário, pensado para eliminar privilégios e para ser mais justo e sustentável.

Os obstáculos que o intervencionismo criou ao setor produtivo serão retirados, priorizando as privatizações, a desburocratização e a simplificação tributária, o que estimulará o crescimento no curto prazo e também criará as bases para o crescimento sustentado de longo prazo.

A liberalizacão comercial também é parte essencial da política econômica do governo, que avançará no resgate da vocação do MERCOSUL para o livre-comércio, sem deixar de intensificar os esforços de negociação de acordos comerciais bilaterais e regionais mais abrangentes.

Adicionalmente, o Brasil ampliará e aperfeiçoará seus instrumentos de promoção comercial e de atração de investimentos estrangeiros, esforços necessários para converter o Brasil em uma das ilhas de estabilidade e de dinamismo em meio à estagnação global.

Para começar a destravar todo esse potencial e destacar-se entre as economias emergentes, entretanto, teremos que aprovar a nova previdência, mantendo-a tão robusta quanto possível, sem permitir que ela seja capturada por interesses setoriais ou por mesquinharias políticas.

É sob essa ótica que devemos olhar para as discussões em torno da nova previdência, compreendendo que estamos diante de uma rara oportunidade de deixar de lado os interesses particulares e pensar no futuro de nossa nação. Não é pelo governo ou pelo mercado, é pelo Brasil.


Filipe G. Martins é Assessor Especial da Presidência da República

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