Por Eduardo Vieira |
Um desses é aceitar o inaceitável apenas por este ter se tornado comum. Vejam essa declaração:
"A corrupção é o lubrificante da democracia", de Espinoza.
Ou esta:
"A corrupção é o lubrificante das engrenagens entre os interesses privados e os poderes públicos", de Euclides Dâmaso, procurador-geral de Coimbra.
Não é preciso muita conversa para ouvirmos que o governo Bolsonaro não tem articulado bem com o Congresso. Mais ainda, que falha ao não conseguir articular suas pautas rapidamente.
Acontece que por trás dessa palavra "articular" muita coisa pode passar. Em recente conversa com um amigo que se informa pelo sistema Globo ouvi a mesma ladainha. Perguntei-lhe se achava nosso Congresso minimamente honesto. Resposta negativa. Em seguida perguntei se ele seguramente atribuía à palavra "articulação" apenas ações dentro da lei. Aí já houve uma certa demora na resposta. Insisti então citando a declaração auto-condenatória do deputado Paulinho da Força, que disse que o congresso deveria desidratar ao máximo a Nova Previdência sob pena de ver Bolsonaro se reeleger em 2022.
Sendo meu interlocutor uma pessoa honesta acabamos por concordar que a corrupção chegou a níveis petistas apenas por conta da maioria da elite a ter considerado algo perfeitamente normal. E que Bolsonaro não poderia "articular" da forma que o congresso desejaria sem se tornar venal e portanto passível de ser removido do cargo por um processo de impeachment. Meu amigo saiu da nossa conversa com muito a processar.
Temos nós, a cada dia, que resistir aos inúmeros esforços de se justificar a bandidagem. Temos que expor as maracutaias e nos recusar a legitimar o Mal mesmo que esse venha perfumado e com um saco de ouro nas mãos.
Temos que rejeitar o Mal com todas as forças e com o máximo de sagacidade que pudermos. Assim vamos virar a maré e tornar comum a honestidade e a retidão. Pelo exemplo em primeiro lugar, mesmo sabendo-nos pecadores aos olhos de Deus. Honestidade, humildade e arrependimento, esse é o caminho.
Força e fé, amigos.
Na foto, a representação daqueles que podem mais se beneficiar de nosso exemplo.
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