Espionagem - Desertores afirmam que a China mantém cerca de mil agentes no Canadá:

Por Renato Rabelo

Esta é mais uma notícia que atinge o mundo, mas nunca chega a pisar em solo tupiniquim. Eis aqui mais uma amostra real e documentada de desertores comunistas que gritam aos 4 ventos o que está acontecendo no mundo mas a grande mídia faz questão de bloquear sua voz com todas as forças.


Dois desertores chineses afirmam que o governo chinês tem uma rede de mais de 1000 espiões e informantes no Canadá (1). Os dois eram diplomatas na Austrália, onde buscaram asilo político. Eles dizem que a Austrália e outros países com grande número de imigrantes chineses, como os EUA, também têm redes de espionagem chinesas operando a todo vapor.

Os desertores afirmam que estes agentes secretos receberam ordens para roubar segredos comerciais e científicos, além de destruir cultos do Falun Gong em território estrangeiro (que, por ter se tornado popular como prática religiosa chinesa, pode voltar para assombrar o PCC com a abominável independência em relação ao Estado e as suas inevitáveis revoltas) (2).

Em 1999, inclusive, a prática do Falun Gong foi declarada como herética pelo PCC, porque ela“ameaçava a estabilidade”social e institucional da China. Esta declaração foi seguida da criação do “Escritório 610”, especializado em perseguir o Falun Gong no mundo inteiro.

O nome dos desertores são Chen Yongleen, que foi primeiro-secretário do Consulado Chinês em Sydney, e Hao Fengjing, um oficial de baixa patente da inteligência chinesa. Eles alegam que o Canadá tem mais espiões chineses do que qualquer outro país do mundo.

O analista Michel Juneau-Katsuya da CSIS confirma: “se as agências de inteligência do Canadá não estivessem tão preocupadas com o terrorismo islâmico, elas perceberiam que a maior ameaça à segurança canadense vem da China”. Ameaça, em especial, a dados científicos e comerciais. “Estimamos no CSIS que estamos perdendo 1 bilhão de dólares por mês (...) para a espionagem industrial”(3).

Para a surpresa do leitor, esta notícia tão importante é de 2005. Qual seria o número atual destes agentes operando hoje em todo o mundo? O livro “O Serviço Secreto Chinês” afirma, logo em sua sinopse, que a China tinha 2 MILHÕES de agentes secretos em 2008 (ocasião das Olimpíadas de Pequim).

Os desertores poderiam ter conhecimento direto de vários agentes operando em instituições e cargos conhecidos por eles; mas, contrastando a enorme diferença entre o número revelado pelos desertores com o número total de agentes secretos, quantos departamentos eles deixaram passar em sua contagem? Teria o Ocidente conhecimento suficiente do problema para criar uma maior e melhor rede de contra inteligência para proteger as suas riquezas?

Como ficou evidente aqui, se depender da grande mídia, com certeza não. Haveria uma falta de interesse em reportar espionagem? Ou o Snowden provou que este interesse é, na verdade, seletivo? Este é mais um episódio da série de barbáries das “hidden news” (notícias ocultadas, uma modalidade de maldades midiáticas,cuja mais famosa hoje é a “fake news” [notícias falsas]). Deixar o seu espectador do escuro é a sua especialidade.

Que Deus nos ajude a criar jornalistas independentes que realmente façam da sua profissão um farol em meio a tanta confusão! O Brasil realmente precisa acordar para se proteger dos tubarões do poder soltos pelo mundo...

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FONTES

[1] Link da notícia original: https://www.cbc.ca/news/canada/defectors-say-china-running-1-000-spies-in-canada-1.557085.

[2] Ao estudar tiranias do passado, é possível reconhecer o mesmo padrão de desconfiança chinesa no antiquíssimo registro da expulsão do patriarca Isaque do país de “Gerar”, dos filisteus. O rei Abimeleque justificou esta expulsão por Isaque ter se tornado “(...) muito mais poderoso (...) do que nós” (Gênesis 26:16). A censura, segundo a passagem, vinha da inveja dos filisteus da prosperidade de Isaque, e do seu subsequente medo de mudança de governantes.

Ainda assim, a tirania dos filisteus buscou a diplomacia quando Isaque estava em terras estrangeiras (Gênesis 26:29), fazendo desta tirania um regime quase generoso perto da cruel perseguição internacional que os chineses perpetuam sobre os seus inimigos.

Abrir a ampla concorrência e ser melhor do que os seus oponentes, sem ferir a sua existência, é impensável para qualquer que seja o invejoso.

[3] A China é responsável pela maior parte do suprimento de armas do ISIS. Segue o link da informação: https://www.forbes.com/sites/niallmccarthy/2017/12/18/the-origin-countries-of-isis-weaponry-infographic/#3afc66062a5a.

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Renato Rabelo, 28, é pesquisador independente de inteligência militar, tradutor e aluno do Curso Online de Filosofia de Olavo de Carvalho.

Facebook: https://www.facebook.com/IniciativaRenatoRabelo


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