A esquadra de Cabral aportou na Ilha de Vera Cruz (depois Terra de Santa Cruz, depois Brasil) e no contato com os indígenas houve além da intenção de "salvar essa gente" (conversão ao catolicismo), interesse sobre alguma riqueza material. Sem entender a linguagem dos nativos, nem os nativos entenderem os portugueses, foi com improvisação, gestos, aponta daqui, cutuca de lá as tentativas de saberem o que pensavam, o significado das palavras além do nhem-nhem-nhem (falar, falar, falar, do tupi). O tempo melhorou a compreensão, mas isso durou décadas. José de Anchieta deu o início com a Arte da Gramática da Língua mais usada na costa do Brasil (1595). Anchieta PRECISOU estar próximo dos índios, conhecer a cultura e toda extensão dela para ser capaz de fazer melhores interpretações. E quanto a Cabral e Caminha? Ah, veja só:
Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele....
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em voltado braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos!Nas aulas de literatura, lecionando sobre o Quinhentismo, ou Literatura de Informação, costumo fazer troça, não no sentido enviesado, que demoniza tudo da história do Brasil, mas com relação e este momento e com o mote do post em seu título. O que falaram os índios, já que nem Pero Vaz escreveu (ele não sabia), nem há qualquer registro? Seria "Isso que eu vi, não existe ali"; "Isso que eu peguei, já vi lá parecido em um animal"; "Na mata há um negócio dessa cor, mas não desse jeito..." e por aí vai. Não sabemos.
Imprecisão, leitura pobre da realidade, elementos essenciais faltantes.
No post anterior, quando apontado em uma publicação de outro períodico eletrônico de que Bolsonaro não havia falado nada sobre um nome à prefeitura do Recife (e a notícia dava a entender que sim), mas a pretensão de apoiar alguém minimamente alinhado à Direita, não foi exatamente para desmerecer o autor da informação. O alvo é qualquer que tome por fato o que nem boato chega a ser e tenha o pensamento embotado por tal.
Não deveria ser constrangedor perguntar o que não se sabe com clareza, pelo contrário, um exercício a quem sai asseverando como quem respira de maneira ofegante. O filósofo Olavo de Carvalho, em sua aula sobre Inteligência e Verdade, traz o norte:
Existem quatro graus de certeza possíveis: 1. certeza; 2. probabilidade; 3. verossimilhança; 4. conjecturação do possível.
E
Até que ponto sei isto realmente?
Quanto vale este conhecimento?
O que faltaria para que ele fosse completo?
Então:
Precisa-se apoiar e divulgar alguém comprometido com os movimentos de Direita e que seja tal qual (ou quase) a maioria da população, conservador; o presidente Jair Bolsonaro é / será um importante fiel na balança que está pendente à esquerda no poder municipal; Bolsonaro fará isso ainda no começo de 2020 (até março); até lá, quem são as pessoas, o que lhes unem ou separam da Direita, potencial, capilaridade delas e o devido para manutenção ou aumento dos dois aspectos.
Aqui, independentemente de amá-los perdidamente, ou de odiá-los figadalmente, alguns, de novo:
Marco Aurélio, Mendonça Filho, Daniel Coelho, Patrícia Domingos, Coronel Meira, Gilson Machado, os que têm sido citados em grupos de Whatsapp e mídia informativa eletrônica.
0 Comentários