
Segundo ele, por efeito daquela manifestação, ficaríamos com a doença por mais tempo no país, e sua erradicação teria problemas graças a irresponsabilidade daquelas pessoas, que avisadas de uma possível quarentena, saíram para apoiar o governo federal e suas pautas para diminuir a corrupção.
Nunca tive nada contra este professor. Pelo contrário, existia um processo de admiração mútua, onde apesar de termos perspectivas opostas, sempre debatiamos de forma clara, objetiva e sincera, os contra-pontos que tínhamos em relação ao sistema e a sociedade em geral.
Mas ao ler isso, na sua página, me decepcionei. Talvez, a arrogância e desconectividade com o lado oposto o tenha cegado, a ponto de não mais encontrar na empatia, um ponto de referência para dialogar e construir alguma visão sólida, baseadas na equação onde se tem o resultado do que achamos, do que o que os outros acham.
Praias cheias, metrô lotado, estádios de futebol até a tampa e shows de todo tipo de coisa, mas a culpa da proliferação do vírus é da manifestação.
Não que o Corona não seja um perigo real, ou que não necessite de cuidados para sua prevenção. Quem viu as postagens anteriores viu que advertimos amigos, e até tentamos pedir para mudar a data, mas aquelas pessoas que estavam ali "aquela gente", como ele disse, estava lutando por mais leitos nos hospitais. Por menos desvios, por menos fraudes nas licitações. Aceitaram o risco, porque entendem que a corrupção é um mal absolutamente maior que o Corona.
E eu concordo com eles.
Victor Vonn Serran
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