Abrão teve seu ano (de muitos outros) novo:

“Então o SENHOR conduziu Abrão para fora da tenda e orientou-o: “Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes”. E afirmou: “Será assim a tua posteridade!” (Gn 15:5)

Saindo de sua terra e indo em peregrinação até o lugar no qual Deus prometera a seus descendentes, o povo de Israel e tantos que não caberiam nem na capacidade de vê-los a olho nu (dizem que conseguimos enxergar no máximo dez mil estrelas em uma noite sem poluição, nem luminosidade artificial).

Lá ficou Abrão por um tempo e entre um canto a outro das “esquinas do espaço”, com os cantos dos olhos para melhor alcançar a vista em todas, se ele fez o exercício até o fim, deve ter entendido bem sobre o que Deus falara: “Se é que podes...”. Maravilhoso, espantoso, majestoso.

Mais que dez mil estrelas visíveis, ou um pouco menos, a conta é bem maior que nossa convenção, medida anual das três centenas, seis dezenas e cinco, seis unidades de dias. Você pode contar? E aquelas que se perdem no tempo e espaço? As que prolongam sua luz pela enorme distância? E sua “Glória” (grandeza)? Ele não disse algumas, falou as estrelas.

O ano do pai da fé iniciara com aquele chamado e, no versículo seis, o resultado: “Abrão creu no SENHOR, e isso lhe foi creditado como justiça.”.

Nesse início de 2021, Abrão inspira-nos a mudar para melhor em nossa fé; o nome do imediato peregrino “grande pai” ou muitos, em outro entendimento, tornou-se “pai de muitos” (Abraão). Ele deixou parentes e seguiu com a esposa rumo ao desconhecido visual, geográfico, mas bem nítido pela fé.

Foram degraus ascendentes e acessíveis que ele tomou rumo àquele lugar da posse terrena. E referindo-se a degraus, Jacó, um de seus netos, viu-os em sonho divino; e referindo-se a ascensão, foi assim mesmo com os discípulos, segundo João, o evangelista: “...e creram nEle”, “...e creram nEle”.

Degraus de fé, ações de fé. A perfeita junção que Tiago traz-nos em sua epístola. Não por acaso, este fala de Abraão como amigo de Deus, chegado, próximo, íntimo. Nossos desafios são e continuarão sendo bem palpáveis, há uma luta espiritual na qual entramos desde que “pusemos o pé fora da tenda”. Continuemos nesse exemplo nos demais dias, caminhando por fé, não pelo que vemos.

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