Com o diploma de normalista em mãos, aos dezenove anos, Branca iniciou sua jornada em escolas no interior de São Paulo. Em entrevista dada ao jornal O Estado de São Paulo, no ano de 1991, registrou que iniciou sua carreira profissional em uma escola rural de Jaboticabal, pois naquela época, segundo ela, no início da carreira era preciso lecionar, no mínimo, um ano na zona rural e aprovar, alfabetizando, no mínimo quinze alunos, para depois poder dar aulas em uma classe de uma boa escola urbana. Aparentemente, pelos dados obtidos, Branca passou bem mais que o tempo mínimo exigido. A mesma matéria registrou que deu aulas em vários grupos escolares no interior do estado e que, por onde passou, se preocupava com a dificuldade dos alunos em aprender a ler, o que ocasionava um índice elevado de reprovação. No ano de 1936, com vinte e cinco anos, a jovem professora lecionava em um grupo escolar de São José do Rio Preto, onde iniciou experiências de alfabetização com imagens associadas às sílabas, obtendo bons resultados.
O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.
O método proposto por Branca Alves de Lima associa imagens e letras com o objetivo de facilitar o aprendizado. A letra A é escrita no corpo de uma abelha, a B na barriga de um bebê, a V compõe os chifres de uma vaca. Assim, a cartilha Caminho Suave tornou-se conhecida como um método de “alfabetização pela imagem”.
Com parte da publicação com texto de Nelson Valente, professor universitário, jornalista e escritor.
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