Sopro Divino



Eu estava deitado, em forma de estrela, num bosque, enquanto a chuva caía e molhava meu rosto. Ao meu lado havia uma mulher, de seus 21 anos, que fazia a mesma coisa. A roupa dela estava toda molhada, seu vestido leve e feito transparente pela água marcava seu corpo; mas ninguém veria despudor nessa cena, uma vez que ninguém a via, nem eu mesmo, que olhava para o céu. Ela me disse:

- Estou vendo um anjo
E eu, que nada via a não ser o céu nublado, disse:
- Como ele é?
Ela respondeu:
- Ele é como o anjo dos pintores, tem um grande par de asas e sua espada é vermelha. Ele paira no ar e parece estar procurando algo.

Foi então que o vento carregou as seguintes palavras para o meu coração: "A guerra entre o céu e o inferno não para nunca, nem mesmo quando dois rapazotes apreciam uma chuva num bosque de França".

Rafael G. Vicari, 29 de janeiro de 2024, Jarinu – SP.

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