A metalinguística da comunicação - Vontade e competência:

Jacaúna Medeiros

A resposta a alguém que me perguntou sobre a ausência de mulheres na comunicação local - o que não é verdadeiro - Solange, do Jornal Classiparque, Rosinha, da Rádio Damata e Sheyla, que também esteve um bom tempo na emissora, só para ficar com três que me recordo agora, são exemplos. O porquê de não haver tantas nada tem a ver com impedimento, mas com a relação ao título do post.

Especular ou incentivar alguma "reserva de mercado" para tal é vitimismo enviesado, espécie de "muletas", como se não houvesse (e há, volte a ler no primeiro parágrafo) pessoas capazes, com preparo mínimo. É exatamente disposição (para que não se insiram pessoas "artificialmente") para tal e após isso, capacidade como bons predicados.

Eu gostaria de ser um cantor, vontade tenho, mas a voz não me permite e tenho outras competências que tenho prazer de ocupar-me, não me permitindo outras mais. Eu deveria exigir "cota indígena" (sendo eu descendente dos primeiros habitantes) para a música? Não, por favor! Já bastam os que prosseguem destruindo a Alta Cultura na música, cantando semelhante a um carro de bois, gemedeira total...

Então, vamos de: lugar das pessoas COM TEMPO, VONTADE e COMPETÊNCIA (inteligência) é trabalhando no espaço conquistado com esses requisitos. No mais, algo diferente disso é deficiente e pouco honesto.

Prosseguindo, em São Lourenço da Mata, vejamos alternativas de comunicação:
1. Rádio - pague por um espaço ou verifique se há um gratuito e comece seu trabalho, relembrando que sem COMPETÊNCIA, os ouvintes darão preferência a outros. Por que ouviriam você?
2. Rádio web - você é o produtor e apresentador; gastará com streaming, energia, computador, mesa de som, microfone, hospedagem.
3. Transmissões via Facebook - semelhante ao rádio web.
4. Jornal, revista impressos - números de exemplares, periodicidade, rodagem na gráfica, divisão das páginas, colunistas, propaganda e distribuição.
5. Blog, site - tempo, pessoas para pesquisar, publicar, corrigir, ampliar, dar vazão ao conteúdo, torná-lo interessante ao nicho, ou ao todo.

Fiquemos nesses cinco, claramente trabalhosos para quem não quer fazer algo semelhante a "Fundo de quintal". 

Também a área de interesse - é notícia? Se não tem como escrever bem e pensar bem será desinteressante e motivo de piada, como ouço e leio quem faz isso na cidade; é fofoca, futrica? Qualquer pessoa pode fazer, o esforço é mínimo para emplacar. A questão é "entrar na fila"; é musical? Depende do ritmo, de saber o que se coloca (mais uma vez, competência), se é local, nacional, estrangeiro, etc.

Vontade todos temos, já competência...