Da página: Quarto Mundo

Quem viu meu post anterior, sobre a resposta (no fim do post, nota do blogueiro) dos esquerdistas ao projeto Destro hq, sabe que vou me aprofundar bastante nas reais motivações que levaram boa parte da mídia e a quase totalidade dos críticos, bem como um número considerável de pessoas a odiar esse filme, então sem mimimi por eu abordar temas políticos ou filosóficos nesse texto. Aaah, e que fique claro que estou aqui pra defender que o filme é bom, não ótimo, nem excelente, nem genial, mas bom!

Bom, acho que quase ninguém no lado direito do espectro político nega que viemos sendo vítimas de uma engenharia social e uma lavagem cerebral política. Porém, o que muitos não sabem é que não há engenharia político-social sem que antes haja uma ENGENHARIA FILOSÓFICA lhe escorando.

E a ideia filosófica que serve de base para toda essa lavagem cerebral política é o NIILISMO!

Eu poderia perder bastante tempo conceituando teóricamente o que é niilismo, mas prefiro trabalhar com associações que condensam muita informação e promovem um entedimento rápido sobre aquilo que se quer explicar.

Então no caso, para explicar o que é niilismo eu vou citar algumas frases prontas e obras da cultura pop: "Não existe um bem e um mal", "O mundo não é preto no branco, é feito de tons de cinza", "Não somos nada frente à esse vasto universo", "não existe propósito na vida", "Bojack the Horseman", "Ricky & Morty", "Clube da Luta" e blá blá blá.

Como considero vocês, meus leitores, muito inteligentes, tenho certeza de que captaram.

Pois bem, essa idéia de niilismo que é vendida pela mídia há mais de uma década é totalmente aversa à ideia de que existe um bem e um mal definido, ou seja, a tal da "moralidade objetiva". Pois a moralidade objetiva, normalmente se baseia na suposição da existência de um Deus e de um propósito maior para a vida. E essa, é justamente a discussão central de Batman vs Superman: "Existe um conceito de bem e mal absoluto?".

Pra quem duvida dessa minha análise basta analisar a frase que o Lex diz para Lois ao falar  da motivação de seu plano: "se Deus é todo-poderoso, ele não pode ser de todo bom. Se ele é de todo bom, ele não pode ser todo-poderoso”.

Acontece que Lex sofria maus tratos nas mãos de seu pai e como ninguém vinha em seu socorro, ele desenvolveu essa visão niilista e cética a respeito de Deus. Porém, quando o Superman aparece, dotado de tanto poder e ainda assim totalmente bondoso, humilde e altruísta, todas as convicções filosóficas de Lex acabam abaladas, e como toda pessoa que tem suas convicções abaladas, ele reage agressivamente e corre para arquitetar uma forma de reafirmá-las. Para isso, ele precisa provar que alguém com tanto poder quanto o Superman, não poderia ser de todo o bom, que ele poderia ser corrompido e levado a fazer o mal, como qualquer outro ser humano. Nesse caso, mais uma vez, o Super acaba sendo usado como uma analogia a Deus e ao próprio Jesus Cristo, como se o azulão fosse outra versão encarnada do messias.

Nesse sentido, acho BvS super corajoso, por apresentar uma crítica à visão de mundo de boa parte de seu público, já que após anos de lavagem cerebral niilista sendo feita por Hollywood, as pessoas passaram a defender essa concepção filosófica como se ela tivesse surgido dentro de suas mentes e não em escritórios de univerisades e salas de roteiristas na Califórnia.

Porém, o que deveria ser um ponto a ser elogiado, se tornou o principal motivo pelo qual esse filme foi tão rejeitado e odiado.

A representação do ator que interpretou o Lex ficou extremamente forçada, histérica e afetada, ou seja, exatamente como são os jovens modernos. Fora outras características, como o fato dele tentar parecer o empresário bonzinho em frente às câmeras, um cara do bem, mas ser ressentido, violento e impositivo por dentro (tipo um Felipe Neto da vida). Acho que sem querer querendo, o ator acabou fazendo uma interpretação fidedigna dos millenials e é por isso que amo essa versão do Lex Luthor.

Além disso, o contraste da personalidade cínica, forçadamente irônica e efeminada de Lex com a postura calma, serena e máscula do Superman, pode ter sido outro fator que irritou a sensibilidade agressiva passiva dos críticos de óculos redondos, bigodinhos estilizados e calças floridas.

Uma das coisas sobre os homens que sempre irritou as mulheres e os homens de pouca masculinidade, foi o distanciamento. Os homens das antigas eram distantes e difíceis de se atingir emocionalmente, o que hoje é definido como "não saber lidar com seus sentimentos" ou como "masculinidade tóxica". 

Então temos aqui uma combinação explosiva para a cabecinha dos jovens modernos hipersensíveis: Um mocinho que é a representação do Deus cristão e ao mesmo tempo um ideal de masculinidade e um vilão jovenzinho niilista, cínico, ressentido e fraco.

Dito isso, fica claro que a verdadeira batalha do Super não era contra o morcegão mas sim contra o dilema de sacrificar ou não suas convicções. Porém o plano de Lex dá errado, pois além de não matar o Batman, o Super ainda se sacrifica para salvar o mundo, reafirmando assim seu ideal de bondade e reforçando sua analogia com Jesus Cristo.

A reação então, não podia ter sido outra: Os críticozinhos de cabelo raspado do lado e camisas estampadas de abotoar espumaram de raiva, mas claro que não podiam deixar cair suas máscaras de imparcialidade, então se apegaram e exageraram a proporção de defeitos que o filme de fato possui.

E essas críticas por sua vez, encontraram ressonância nas pessoas que por preguiça de ler, terceirizaram a formação de suas convicções filosóficas para obras da cultura pop e por isso, acabaram adotando o niilismo que vem diluído em quase todas as obras de Hollywood. Essas pessoas assistiram ao filme e não gostaram, e buscaram nos críticos uma sustentação técnica e racional para seus sentimentos, para que pudessem bradar em todo canto que o filme era objetivamente ruim, um lixo, uma porcaria. Pra piorar, o clubismo entre "Marvel vs DC" só piorou as coisas.

Porém, é fato que o filme dos dois homens mais fortes e poderosos da ficção pecou em alguns aspectos técnicos, quase todos no terceiro ato. Ele criou a subtrama da Lois investigando o Luthor da qual todo mundo esqueceu, ele enfiou referências mal feitas a filmes futuros no meio do filme, como os vídeos dos outros membros da Liga e o sonho do futuro pós-apocalíptico do Batman, dos parademônios e do Superman malvadão. Fora que forçou uma mudança muito repentina na relação entre o Batman e o Superman no final da história. 

Não me entendam mal, eu gosto do "Save Martha", e acredito que pelo fato da maior motivação do Batman ser os seus pais, ele realmente recuaria ao ouvir o nome de sua falecida mãe. Na HQ "Silêncio" o vilão usa a morte de Jason para assombrar o Batman e na HQ "Torre de Babel" o próprio Batman admite que sua fraqueza, seria explorar a morte de seus familiares. O que não cola é o fato de que nas cenas seguintes o Batman age, como se fosse o melhor amigo do Superman. O "Save Martha" foi a parte plausível, o desenvolvimento disso que ficou cagado. Dava para eles terem mostrado o Batman se aliando ao Super para enfrentar o Doomsday e ao mesmo tempo ainda sendo cético e cabreiro a respeito do azulão e deixado pra desenvolver em outro filme a amizade entre os dois. Isso meio que causou uma "quebra de tom" na narrativa.

Fora isso, o recurso de apresentar o Doomsday como uma mera experiência, um monstrão sem alma que só serviu de escada para o sacrifício do Super, foi pobre e apressado. 

Acredito que esses dois pontos, tenham sido de fato os defeitos na construção do filme. O fato dele ser longo e arrastado é questão de gosto! Quem já assistiu a trilogia dos dólares do lendário Clint Eastwood, em especial o "Três Homens em Conflito" sabe que um filme pode ser arrastado, longo, cheio de subtramas e ainda ser bom. O fato do filme ser escuro demais é questão de gosto também! E a aparição da Mulher Maravilha não compromete a estória da mesma forma que o Homem Aranha e o Pantera Negra não comprometaram o "Guerra Civil". Nada disso que citei nesse último parágrafo foi de fato um erro técnico. Foram detalhes que dependem do gosto de cada um, mas aos quais os críticos se apegaram para vender a imagem de que o filme era ruim e indefensável. Porém, o real motivo do hate a esse filme, foram aqueles que expus do início até a metade do texto.

Querem que eu prove esse ponto? Pois vamos lá!

"Star Wars os Últimos Jedi" está cheio de subtramas, assim como BvS. Tem a subtrama do Finn com a japa que todo mundo odiou, tem a subtrama do piloto se rebelando com a capitã feminista de cabelo roxo, tem a subtrama da Rey e do Luke, do Luke e do Kylo, do Kylo e da Rey. Fora isso, ele apresentou e matou Snoke apressadamente da mesma forma que Snyder fez com o Doomsday, além disso, a morte de Luke e sua relação com Ray foi tão apressada e mal desenvolvida quanto a morte do Super e sua relação com o Morcegão. De quebra, "Os Últimos Jed" ainda foi um filme escuro, comprido, arrastado, com cenas de CGI tosco (Leia Mary Poppins) e teve um terceiro ato anti-climático da mesma forma que BvS. Porém, o filme foi ovacionado, elogiado, recebeu nota máxima nas reviews, apesar de possuir defeitos parecidos com o de BvS. Mas como sua protagonista era uma cuié empoderadx, os críticos e a mídia o venderam como um grande sucesso, quando na verdade, deixou todos dentro da Disney de cabelo em pé e nervosos sobre o que fazer com a franquia, já que o filme solo do Han Solo flopou e o episódio 9 de Star Wars começou a passar por refilmagens.

Ou seja, o problema dos críticos nunca foi com os defeitos técnicos de Batman vs Superman, e sim com a mensagem do filme. E os bobões que sofreram lavagem cerebral filosófica niilista compraram a narrativa.

Veja bem, o filme de fato tem falhas e deve ser criticado por isso, mas a intenção da mídia era sufocar o universo DC másculo e sombrio do Snyder, e fazer a Warner retroceder e encher seus filmes de heróis abestalhados ou que parecem gays irônicos glamourosos tipo o Clodovil, que aliás, tem tudo a ver com a forma que o Stark começou a ser abordado perto do final da franquia dos Vingadores (sério, ele me lembra em tudo o falecido Clodovil, no corte de cabelo, nos ternos chiques, no jeito irônico e nos óculos escuros estilizados).

"Tá Joka, mas por que os progressistas e comunistas iriam querer apoiar o niilismo? O Marxismo não é um teoria positivista?" Sim, mas ocorre que para os progressistas e socialistas é interessante que as pessoas não acreditem num senso de moral objetivo, que pregue um certo e um errado e que faça parecer que existe algo que transcende o mundo material, algo que dê propósito à vida. Pessoas de ideologia indefinida, de moral fraca, perdidas e sem propósito de vida são mais fáceis de serem moldadas e cooptadas pela lavagem cerebral esquerdista. É por isso que toda vez que a revolução socialista dá errado em algum lugar, os esquerdistas vem com esse papo de "nem direita e nem esquerda", de "não existe certo ou errado" e etc. Pois enquanto a mentalidade do povo se manter indefinida, amoral eles podem recomeçar sua lavagem cerebral do zero.

"Aaaah Joka, mas isso é muita paranóia e maluquice". Verdade! Mas a culpa não é minha, mas sim dos esquerdistas que estão sempre tentando usar tudo ao seu dispor para fazer engenharia político-social. O que eu faço é só expor essas maluquices.

Mas como eu disse antes, não tô aqui pra pintar BvS como uma obra prima. Eu acho que ele acerta e é genial ao propor um debate filosófico profundo e pertinente, mas que peca em certos aspectos técnicos de construção de roteiro e desenvolvimento de personagem. Mas também não é o lixo completo que os críticozinhos e jovens dinâmicos pintam por aí.
Se eu tivesse que dar uma nota, daria 6,5 ou 7,0, que é mais ou menos a nota que o público deu ao filme nos sites de reviews.

Enfim, vocês pediram o texto, e aí está ele. Ficou longo mesmo, mas foi necessário. Não estou querendo impor nada pra ninguém e o debate é sempre bem vindo, mas quem vier tentando encher o saco e bancando o agressivo passivo vai receber dois pés no peito. Obrigado pela boa vontade e atenção e até a próxima polêmica.

#Joker, via página Quarto Mundo

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O post anterior:

Eu vou fazer o post defendendo o filme do BvS, mas antes, olhem bem essa imagem...

Lembram do projeto Destro hq de quadrinhos independentes de direita? Pois então, uma editorazinha chinfrin aí resolveu contra-atacar lançando uma HQ criticando e ridicularizando os Nerds (hoje chamados de INCELS). Esse desenho é dessa HQ.

Agora olhem o cartaz do Batman vs Superman ali na parede do cara. Por que vocês acham que os esquerdinhas malakois escolheram esse filme pra zoar com os INCELs e não um da Marvel? Vou explicar isso e muito mais no meu post... Por enquanto, reflitam...


#Joker

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