As forças motrizes do "afegão" rico:

Afegão rico é o homem-massa gassetiano que obteve ou herdou sucesso financeiro. Ele se contrapõe ao afegão médio, que é um termo que define o representante médio da nossa sociedade, espremido e acossado pelas necessidades de sobrevivência. Nosso afegão rico coloca os filhos para estudar em escola sócio-construtivista, bilíngue e com o pé em outro país. Trabalha bastante, viaja muito e considera qualquer indicação de transcendentalidade uma piada de mau gosto.

Esse sujeito caricatural é, de fato, o retrato da nossa elite. Ainda que muita gente boa coloque os filhos em escolas como as que citei não tenho pudores em dizer que a maioria se enquadra direitinho no perfil que descrevo aqui.

O que move então essa figura tão distante quanto possível da humildade que citei recentemente? Basicamente são três forças motrizes:

1 - O que comprar;
2 - O que comer e beber;
3 - Para onde viajar (Comprar e comer em outro país).

Resumidamente e dando espaço para pequenas variações sobre o tema, esta é a motivação do nosso afegão rico.

Isso explica perfeitamente o porquê de estarmos onde estamos. Num país com a elite desprovida de valores morais transcendentais, pouquíssimos resistem a uma bela oferta de falcatrua.

Uma leitura de um "Conde de Monte Cristo" ou de um "Crime e Castigo" pode fazer muito pela alma dessa turma. A apreciação de histórias com força moral e emocional de personagens, muito presente nos clássicos, ajudaria a inserir uma nova dimensão nessas vidas rasas e fúteis.

Por isso temos que investir na cultura, e desde a tenra infância. Na Beleza, na Verdade e na Sabedoria.

PS: Ao reler o texto creio que vale esclarecer um detalhe importante. Todos nós temos pitadas disso tudo em graus variáveis. Não se trata da denúncia de uma classe, mas de erros de comportamento que afetam inclusive a mim mesmo.


Eduardo Vieira
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