A militância, a preparação e "Prato do dia" 2:

1. Nada se faz sem propósito. Portanto, se queremos manter vivo o conservadorismo, devemos antes de mais nada recuperar os ideais, as bandeiras e as propostas que nos uniram em torno de um propósito comum em 2018, mobilizando milhões de pessoas na luta por um país melhor.
2. Feito isso, precisamos aprender com os nosso erros, tanto coletivos quanto individuais. Se seguirmos pensando, cada um, no erro do outro, seguiremos fracassando. A auto-crítica deve ocorrer em todos os níveis: do nível governamental, passando pelo da base, até o nível pessoal.
3. Para começar, pensando desse a posição que eu ocupo no momento, eu diria que temos que entender que não se pode mais desprezar a política real, prática, do dia-a-dia, que ocorre nos bairros, nos jornais locais e nas câmaras legislativas de cada município.
4. Também diria que temos que entender que nossa vitória em 2018 foi circunstancial, fruto de uma conjunção de fatores ocasionais com o arbítrio de nosso povo. Vencemos porque tínhamos o melhor candidato e também porque tínhamos uma conjuntura favorável, construída desde 2013.
5. Para obtermos novas vitórias, precisamos de muito mais: temos que ter constância, organização estratégica e ritmo tático, para entrar e sair de qualquer confronto sem nos afetarmos por variáveis incontroláveis, sejam elas quais forem—de epidemias a sistemas eleitorais opacos.
6. Eleição municipal, mais do que qualquer outra, depende de constância, de organização estratégica, de ritmo tático. A política local é a mais real das políticas; e, como tal, seus resultados dependem de fundamentos sólidos e do trabalho silencioso de formação de uma base real.
7. Muitos se perguntam por que candidatos apoiados por cabos eleitorais de peso foram derrotados. A resposta é simples: perderam porque eleição municipal é base, é construção, não é improviso. Não adianta chegar às vésperas da eleição e dar carteirada nem tentar levar no grito.
8. Em eleições municipais, as pessoas votam no vizinho, no parente, no tio do primo do amigo, no dono do comércio local, no líder da igreja do bairro; ou seja, em pessoas reais, de carne e osso, envolvidas de alguma forma nos problemas reais das comunidades locais.
9. Quem ganha num cenário assim? Quem tem partido, quem tem base, quem tem meios de realizar um trabalho constante para identificar e atrair os agentes mais relevantes em cada cidade. E quem tem tudo isso? A esquerda e os grandes partidos fisiológicos. E quem não tem nada disso? A direita.
10. Com uma abstenção elevada, a constância da mobilização esquerdista falou mais alto e a esquerda ressuscitou; e a motivação permanente ($$$) dos partidos fisiológicos se impôs mais uma vez e permitiu que eles voltassem a crescer. Ou enfrentamos isso, ou seguiremos perdendo.

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