Um mundo de medo e traição é um tormento, um mundo de pisoteamento e de ser pisoteado, um mundo que crescerá não menos, mas MAIS impiedoso à medida que se refina. O progresso em nosso mundo será um progresso em direção a mais dor. As antigas civilizações afirmavam que foram fundadas no amor ou na justiça. A nossa baseia-se no ódio. Em nosso mundo não haverá emoções exceto medo, raiva, triunfo e auto-humilhação.
Todo o resto iremos destruir – tudo. Já estamos a destruir os hábitos de pensamento que sobreviveram antes da Revolução. Cortamos os laços entre filho e pai, e entre homem e homem, e entre homem e mulher. Ninguém ousa mais confiar numa esposa, num filho ou num amigo. Mas no futuro não haverá esposas nem amigos. As crianças serão tiradas das mães ao nascerem, como se tiram os ovos de uma galinha.
O instinto sexual será erradicado. A procriação será uma formalidade anual como a renovação de um cartão de racionamento. Aboliremos o orgasmo. Nossos neurologistas estão trabalhando nisso agora. Não haverá lealdade, exceto lealdade ao Partido.
Não haverá amor, exceto o amor do Big Brother. Não haverá risadas, exceto a risada do triunfo sobre um inimigo derrotado. Não haverá arte, nem literatura, nem ciência. Quando formos onipotentes não precisaremos mais da ciência. Não haverá distinção entre beleza e feiura. Não haverá curiosidade nem prazer no processo da vida. Todos os prazeres concorrentes serão destruídos.
Via Fúria e Tradição
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